quarta-feira, 22 de julho de 2009

Queria não...

queria ser só...
queria não amar...
ninguém além de mim...
queria remover o nó...
queria arrancar...
e se assim...
fosse...
eu não seria...
eu...
não seria poesia...
nem prosa...
seria um amargo...
cinza seria a rosa...
não teria o trago...
não traria em mim...
ela...
ficaria eu...
assistindo da janela...
a vida passar...
e nem a mim mesmo...
poderia amar...

Lágrimas Sêcas

Lágrimas...
me escorrem dos olhos...
um dia daqueles...
em que penso em...
com tudo acabar...
finalizar a vida...
dar vez a...
quem sabe a morte...
mas...
sair da vida como um covarde...
como um fraco...
isso não...
já acabei com minha vida outra vez...
e ela... a vida...
me mostrou que na fraqueza assumida...
ganho força...
e forte-fico...
para continuar a jornada...
a Odisséia...
embora a angústia...
a saudade...
e a tristeza...
sejam presentes...
mas que presentes seriam estes...
que trazem dor...
trazem lágrimas...
agudas...
ácidamente acutíssimas...
corroem-me por inteiro...
ou quase isso...?
não sei... mas...
hoje meu fim de dia foi assim...
triste...
promessas que tive que cobrar...
recebendo como resposta...
_tudo tem que ser no seu tempo? ...
_e o meu tempo?...
duelo de egos...
é...
é...
contudo...
a poesia proseada me ajuda...
faz-me derramar lágrimas sêcas...
de saudade sêca...
de tristeza sêca...
de insatisfação...
seca...
viram pó...
mas não inalo-o mais...
pelo contrário...
sopro-o...
só por...
não querer mais...
sentir o cheiro...
e simplesmente...
cristalizo minhas lágrimas...
e choro.