sexta-feira, 30 de julho de 2010

Real?

hermetificando...
o pensamento...
transmutando...
o próprio ser...
nessa alquimia eterna em busca...
do fim...
da morte...
na curiosidade...
do pós morte...
questionar...
querer saber além...
além dos sonhos...
o que seria na verdade, o real?
o agora? o sonho? o amanhã?
não tenho essa resposta...
por isso...
paro de perguntar sobre...
vivo todos os dias...
sabendo que a qualquer momento...
pode ser o último...
tendo só, som, versos...
e as cores de uma poesia torta...
apenas agora,
posso dizer...
que vivo...
daqui a pouco...?
nem sei...
ontem...?
já foi...
por isso,
somente, por isto, é que...
fundo...
instituo...
faço expressar-se...
o meu real...

Duka Souto...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Como me amar

quem sou eu para fazer alguém feliz...
se esse alguém já não for feliz sozinho?
se esse  alguém não tem amor por si...
como posso ser amado por ele?
como posso buscar fora, algo que...
está dentro de meu ser e eu não sei?
vou passar a vida inteira a procurar...
vou chorar,
gritar,
me matando pouco a pouco...
louco eu ficarei,
mas não pro bem...
cada dia me distanciarei do Zen...
cada vez que eu viver no amanhã...
ou lembrar daquela dor que já passou...
sempre que eu me virar para o passado...
do presente,
perderei todo amor...
que me amou,
enquanto eu estava ontem...
e o ontem morreu tanto quanto eu...
ficarei com as imagens e antes que sumam...
no instante,
em que as lágrimas me inundam...
e me afogam,
me tirando todo o ar...
como é que poderei amar a alguém?
se eu nunca descobri...
como me amar?

Duka Souto