segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Zero

É!

Esse cheiro de despedida...
Só me recorda a solidão...
Mas não a do "espaço vazio,
entre eu e mim"...
Não nesse vão!

A solidão de sentir-se vazio...
Sem nada por dentro pra sentir...
Sem ter calor, ou estar frio...
Sem nem o nada pra existir!

Esvaziado!
Seco!
Só!

O fim...
gerando um começo...
desfez-se o laço...
não vê-se o traço...
nem mesmo pó.

Duka Souto

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Bons Ventos...

Quero uma brisa que junte meus farelos no canto da sala...
pra ver se com a poeira eu me reconstruo...

Quero um vento que me leve pra onde nada se fala...
pra ver se no silêncio do mundo... não me destruo...

Quero uma tormenta que me leve ao olho do furacão...
pra que dentro da calmaria dele... me tranqüilize o coração...

Quero um vendaval que carregue embora todo o passado...
e deixe no seu rastro... apenas o belo e o amado...

Duka Souto

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sentada ao Lado...

Eu, esperando o decolar...
enquanto uma sandália...
de cor laranja balança...

em circulares movimentos...
a encantar-me os pensamentos...
gerando um ritmo, uma dança...

Agora, na outra perna...
a prata da tornozeleira...
toa seu som, ao movimento...
sutil de de forma faceira...

E eu, aqui sentado...
observando, sozinho calado...
com a caneta a resgistrar...

A bela moça sentada ao lado...
que este poeta, mais que encantado...
fez o poema pra se expressar...

Duka Souto

Afastou...

E o que fica?
Já que o amor se afastou...
Uma sílaba partida...
Um fragmento de cor...

Uma pausa...
Um retrato...
Um gesto singelo,
Um ato...

A lembrança de um tempo...
d'um fato...

Dizer o que nunca foi dito...
Desenhar palavras sobre o que nunca foi escrito...

E o que fica?
Já que  o amor se afastou...
Uma cara...
Uma faceta...
Um B de beijo de borboleta...

Um grito em silêncio...
Uma frase sonora...
Um sopro de vento...
Dizendo: - Vá embora!!!!

Um querer não querer...
Sem nenhuma noção...

O que vai acontecer?
- Não pergunte, mais não!

Duka Souto

Margarida da Praia

O escaldar do sol,
na areia esbaforida...
Fisgado por um anzol,
de uma bela Margarida...

O poeta sentado pensa...
encontra o azul,
a cor do céu...

Por acaso é a cor da tinta...
que rabisca seu papel...

E se enamorando, à sós...
brincando com Ás, em Oz...
Volta e acorda pra vida...

Pois não sabe quem...
muito menos, de onde vem...
a tal, bela Margarida.

Duka Souto.