sábado, 9 de junho de 2012

Cores do vazio cinza...

Pensando em cores...
para preencher...
o cinza...
do vazio, ...
instalado no meu sentir...

Tentei ver o azul do céu...
mas uma nuvem...
que de cinza...
ficou rubra, ao chegar a noite...
cobre a cidade...
há alguns dias...

Esquentei meu frio...
com o amarelo...
dos flocos de milho...
de um cuscuz...
o pretume...
de um café forte...
o vermelho...
temperado...
em um molho de tomate...

Termino com as cores...
de um copo d'água...
e aos poucos...
transparente, a mente...
vai se encontrando...
e encontrando...
o conforto...
aconchegante...
da solidão das cores...

Duka Souto

Da porta do quarto...

Chuva lá fora...
a cidade some...
dentro de uma nuvem baixa...
turva... e cinza...

Na mureta, da área de serviço...
três mudas de orquídeas crescem...
com suas raízes, que ao mundo aparecem...
a buscar substrato de vida...
entre cactos, suculentas,
e um mato que lembra...
o alecrim...

Mais acima...
uma Phalaenopsis Alba...
preparando-se para florir...
em pleno fim de outono...
mais um cacho de flores...
sorrirá pra mim...

Duka Souto

Frio...

Queria...
não estar distante...
que o presente,
fosse,
onde pensássemos...
e...
estaria-mos lá...
onde...
num piscar de olhos...
a vontade dissesse...
mas agora...
o presente é frio...
e distante...
de onde...
minha vontade diz...
querer está...
apenas o esvaziar-me...
com palavras frias...
me esquenta...
e aquece...
meu ser...
meu presente...

Duka Souto

Opaco...

Confusão...
mente inquieta...
e não para de chover...
frio...
meias nos pés...
casaco... e ainda frio...
meu sentimento...
frio!
meu pensamento...
vazio!
meu olhar...
opaco...
como um caco de vidro...
sujo de barro...

Duka Souto