quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Dizeres

Se deveras soubesse do fim do mundo,
deixaria a matéria de lado;
sonharia, pra sempre, acordado;
a harmônia seria meu plano.

Estaria dentre o corte,
em ação, mediando os pensares
os conceitos, aceitando
a loucura e a razão
sem importar-me, com virtudes
nem defeitos;

Saberia seguir sob os mares
a remar, rumo aos não-lugares
numa embarcação de piratas
fugitivos do mundo e seu fim
num conjunto dos loucos de mim
entorpecidos de verbo e palavras
foto-grafiadas, furtadas
a furtar da estação das flores
o arôma, a textura, a beleza
o sabor, o amor e as cores;

Deixaria ao final do meu mundo
todos meus gritos mudos, escritos
os rabiscos que à óleo pintei
e a certeza, do lembrar que sou isto.

Duka Souto

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Do Agora

Mas falar de que?
Se não do agora;

Que o presente
deu de presente,
como um bouquet
num recipiente,
para enfeitar as horas.

Uma flor a sorrir
um sorriso maroto,
de inocência e malícia

Aonde era neve
hoje a água faz café
beira de praia
sol da Bahia
_Axé!!!

Duka Souto

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Apenas

Apenas vivo
para ser concreto
nesse meu mundo abstrato
no meu silêncio
de peito aberto
a foto-grafiar, fatos;
para reunir-me
a outros seres de concretude
na busca de abstrair tristezas
desconstruir fortalezas
sempre primeiro
as que mesmo construí
Apenas vivo,
para amar e sorrir!

Duka Souto

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Aquoso

Queria somente dizer
do silêncio em meu peito guardado
do calor passional, aquoso
que me toma se estás ao meu lado

Dessa forma bem descomedida
olho e vejo-me em teu ser
talvez, saiba até como funciona
eu desejo, quero sempre te ver
ter a ti caminhando ao meu lado
ver-te adormecer aos meus braços
desenhar-te, descobrir teus traços
de maneira que não aprisiona

Nesse verso de desembaraço
que expresso, meu apreciar
é que visto a grafia, do fato
na calada voz, chego a gritar
afirmando ao Sideral Espaço
peço aos santos, para tu ficar!

Duka Souto