sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Às putas...

eu escreveria um verso
para a estrada sinuosa
ou pra moça, lá da frente
e sua face formosa

escolhi fazer só verso
simples como o papel
cru, fino e seco
iluminado como a rua
e escuro como um beco

vazio que nem bambu
lotado que nem buzão
pesado que nem bigorna
e tão cheio que chega esborra
mas voa que nem Azulão

um verso feito a noite
na espreita, no açoite

um verso feito o dia
tão volátil quanto éter
e com cores derretendo
como em pura lissergia

um verso feito a tarde
o dourado do sol arde
e na chegada do luar
o azul da noite invade
com estrelas cintilantes
e os sorrisos das moças dançantes
pela noite a trabalhar.

Duka Souto

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