terça-feira, 21 de agosto de 2012

Na estrada... um verso... só... verso...

Eu escreveria um verso,
para a estrada sinuosa...
ou pra moça, lá da frente...
e sua face formosa...

Escolhi fazer só verso...
simples, como o papel...
cru, fino e seco...

Iluminado como a rua...
e escuro como um beco...

Vazio que nem bambú...
lotado que nem busão...
pesando que nem bigorna...
e tão cheio que chega esborra...
mas voa que nem Azulão...

Um verso feito a noite...
na espreita, no açoite...

Um verso feito o dia...
tão volátil quanto o éter...
e com cores derrentendo...
como em pura lissergia...

Um verso feito a tarde...
o dourado do sol arde...

E na chegada do luar...
o azul da noite invade...
com estrelas, cintilantes...
e os sorrisos das moças dançantes...
pelas noites a trabalhar...

Duka Souto

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