domingo, 12 de agosto de 2012

Pai...

Exatamente...
sendo igual...
mesmo muito diferente...
o que um dia serei, também...
o tal... o cara...
a figura do espelho...
o palhaço, o herói...
sempre sem super-poderes...
o das histórias...
dos, dizeres...
o dos concelhos...
e dos silêncios...
o louco que lê...
por muitas vezes...
o que ouvi, dito pelo vento...
coisas que por ventura, penso...
o que observa meu sonhar...
o que me cuida...
e me faz chorar...
o que ao soar o violão...

faz Mainha, cantar...
e vice-versa é que eu digo...
com ela fiquei no umbigo...
depois o mesmo, Bruxo-velho...
sendo um pouco ainda mais novo..
me mostrara, por vezes, ao pescar...
na maré-suja, o arremesso...
que mais tarde... era...
defronte ao mar...
foi comigo pegar jacarés...
e no peito, me fez mergulhar
em Gaibú...
nos verões e invernos...
me ensinou a passar por infernos...
e por céus...
onde tudo era azul...
essa alma,
cuja voz acalma...
mesmo sendo o maior dos Nervosos...
que conquista com os olhos estirados...
os ouvidos de velhos e novos...
o ar que move a corrente...
deste ser feito d'água e repente...
e que sente uma saudade imensa...
deste besta que escolhe estar longe...
sabendo mesmo que lhe consome...
e está certo: _ a saudade compensa...
e está certo de que sempre vai...
com amor, falar sobre seu Pai...


Duka Souto..

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